13 de junho de 2011

Perfil: Para Seguro, o futuro adiado joga-se agora

Sol por Sofia Rainho
Há sete anos, José Sócrates travou-lhe o passo. Seguro ainda ponderou a corrida à liderança, mas com as tropas socialistas a reunirem-se em força em torno do futuro líder, não avançou.
Desde então que é o ‘futuro candidato’ à sucessão de Sócrates, condição que o próprio veio a assumir. Mas, nestes anos, há uma palavra para definir a actuação de António José Seguro: prudência. ‘Demasiada prudência’ para alguns insatisfeitos com Sócrates.

Sempre equidistante em relação à governação, foi assumindo episódicos focos de diferendo, mas sempre com a preocupação de não carregar demasiado nas críticas. Vários desses episódios foram públicos, mas houve um, numa reunião interna, que azedou de vez a relação entre os dois rivais. Na Comissão Política que discutiu o referendo ao Tratado de Lisboa, Seguro questionou o facto de o PS estar a quebrar uma promessa eleitoral. Sócrates respondeu num tom irado. O deputado deixou de ir às reuniões.

Natural de Penamacor, com 49 anos, Seguro iniciou o percurso político na JS, tendo sido eleito secretário-geral em 1990. Um ano depois era deputado e em 1995, com a chegada ao poder de Guterres, assumiu a Secretaria de Estado da Juventude. Foi secretário de Estado e ministro-adjunto do primeiro-ministro e depois deputado ao Parlamento Europeu. Foi também líder parlamentar.

Nos últimos anos, Seguro esperou pacientemente a sua vez. Mas não esteve parado, mantendo uma ligação estreita com as estruturas do partido.


Fonte http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=21615